Crise nuclear no Japão reacende discussão sobre o perigo radioativo. Em carta à justiça, Greenpeace com o apoio da ONG Acema cobra garantia de segurança em usinas no Brasil.
Diante da grave ameaça radioativa que ronda o Japão após explosão em um reator e acidente envolvendo um segundo no complexo nuclear de Fukushima, norte do país, o mundo retoma o debate sobre a segurança deste tipo de energia.
No Brasil, as usinas de Angra I e II, em Angra dos Reis (RJ), em funcionamento, não oferecem plano de segurança adequado em caso de acidente. A chamada área de exclusão, perímetro a ser evacuado ao sinal de alerta, foi reduzida pelo governo de 15 km para 5 km. Na maioria dos países, a exemplo do Japão, esta área é de 20 km.
Em declaração à imprensa, Odair Gonçalves, presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) afirmou que pretende reavaliar o risco das usinas nucleares do Brasil levando em conta o acidente japonês e rever as normas de licenciamento para este tipo de construção.
Tendo em vista as incertezas sobre a segurança deste tipo de energia, o Greenpeace com o apoio da ONG Acema -Arte Cultura e Meio Ambiente propõem a suspensão da construção da usina de Angra III, próxima fase do complexo nuclear, por meio de uma carta protocolada ao Procurador do Ministério Público Federal em Angra dos Reis (RJ), Fernando Lavieri.
domingo, 30 de outubro de 2011
A corrente humana pediu o fim do uso da energia nuclear no Brasil. (Foto: Bernardo Tabak/G1)
Cerca de 50 pessoas deram as mãos e formaram uma corrente humana para pedir o fim do uso de energia nuclear no Brasil, na manhã deste domingo (27), na orla do Leblon, Zona Sul do Rio. A manifestação foi organizada por três estudantes do ensino médio, que criaram um blog e divulgaram o protesto em redes sociais da internet.
Em um dia de muito sol, os manifestantes, sempre de mãos dadas, caminharam do Leblon em direção ao Arpoador, em Ipanema, enquanto uma das organizadoras do protesto gritava palavras de ordem em um megafone: “Um, dois, três, quatro cinco, mil, não queremos mais usinas nucleares no Brasil”, e “Brasil responsável, energia renovável”.
“A gente é contra a construção de usinas nucleares no Brasil”, enfatizou Hannah Aders, estudante do terceiro ano do Ensino Médio e uma das organizadoras. “Na Alemanha, a corrente chegou a 45 quilômetros de comprimento. Aqui, ainda está pequena, mas temos que dar um primeiro passo”, disse, referindo-se ao protesto que levou milhares de pessoas às ruas de Berlim, uma semana após o acidente em uma usina nuclear no Japão.
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
Contras da Energia Nuclear
Como conseqüência da contaminação radioativa, a Associação das Vítimas do Césio - 137 estima que cerca de 60 pessoas já morreram e mais de 6 mil ainda sofrem dos efeitos da contaminação. Na época do acidente, o despreparo governamental em lidar com a situação foi evidenciado pela demora em identificar a causa da contaminação e pela reação improvisada da CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear, que continua como órgão regulador e fiscalizador das atividades nucleares brasileiras.
Desde esse acidente, quase nada mudou no controle das atividades nucleares no Brasil e no preparo do Estado para lidar com as conseqüências de acidentes radioativos. É justamente neste quadro histórico de falta de capacidade de controle e insegurança que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva anuncia a expansão do parque nuclear brasileiro com a construção da usina Angra 3 e novos investimentos no ciclo de enriquecimento de urânio.
Além da questão de segurança, existem diversas razões para não investir bilhões de reais de dinheiro público na aventura nuclear. Conheça a seguir dez motivos para dizer não à Angra 3.
A energia nuclear:
1. É cara e desvia dinheiro de energias limpas. Os recursos gastos na energia nuclear poderiam gerar o dobro de energia se investidos em eólica e quatro vezes mais, se investidos em eficiência energética.
2. É suja. Mais usinas nucleares significam mais lixo radioativo, e ainda não existem depósitos definitivos para os rejeitos de Angra 1 e 2.
3. É perigosa. Chernobyl e o caso do Césio em Goiânia são apenas alguns dos inúmeros acidentes que marcam a história da energia nuclear.
4. Facilita o desenvolvimento de armas nucleares. Os países que têm o domínio do ciclo de urânio podem desenvolver uma bomba atômica.
5. Gera instabilidade geopolítica. A energia nuclear gera uma corrida entre países vizinhos e/ou rivais.
6. Não resolve o problema das mudanças climáticas. O ciclo total da indústria nuclear gera emissões de gases estufa. Além disso, seria necessário construir mais de mil novos reatores em pouco tempo para substituir as fontes fósseis, o que é impraticável.
7. Não gera empregos. Para cada emprego gerado pela indústria nuclear, a indústria eólica gera 32 e a solar, 1426.
8. É ultrapassada. Vários países do mundo, como Alemanha, Espanha e Suécia, vêm abandonando a energia nuclear.
9. É rejeitada pelos brasileiros. Pesquisa do ISER mostra que mais de 82% da população brasileira são contra a construção de novas usinas nucleares.
10. Não é renovável! O relatório Revolução Energética mostra como eliminar a energia nuclear e as térmicas a carvão e óleo da matriz elétrica nacional.
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
História da Energia Nuclear

Energia nuclear é a energia liberada numa reação nuclear, ou seja, em processos de transformação de núcleos atómicos. Alguns isótopos de certos elementos apresentam a capacidade de se transformar em outros isótopos ou elementos através de reações nucleares, emitindo energia durante esse processo. Baseia-se no princípio da equivalência de energia e massa (observado por Albert Einstein), segundo a qual durante reações nucleares ocorre transformação de massa em energia. Foi descoberta por Hahn, Straßmann e Meitner com a observação de uma fissão nuclear depois da irradiação de urânio com nêutrons.
A tecnologia nuclear tem como uma das finalidades gerar eletricidade. Aproveitando-se do calor emitido na reação, para aquecer a água até se tornar vapor, assim movimentando um turbogerador. A reação nuclear pode acontecer controladamente em um reator de usina nuclear ou descontroladamente em uma bomba atómica. Em outras aplicações aproveita-se da radiação ionizante emitida.
História
Ernest Rutherford, o descobridor do núcleo atômico, já sabia que estes poderiam ser modificados através de bombardeamento com partículas rápidas. Com a descoberta do nêutron ficou claro que deveriam existir muitas possibilidades dessas modificações. Enrico Fermi suspeitava que o núcleo ficaria cada vez maior acrescentando nêutrons. Ida Noddack foi a primeira a suspeitar que "durante o bombardeamento de núcleos pesados com nêutrons, esses poderiam quebrar em pedaços grandes, que são isótopos de elementos conhecidos, mas não vizinhos dos originais na tabela periódica"
A fissão nuclear foi descoberta por Otto Hahn e Fritz Straßmann em Berlim-1938 e explicada por Lise Meitner e Otto Frisch (ambos em exílio na Suécia) logo depois, com a observação de uma fissão nuclear depois da irradiação de urânio com nêutrons.
Otto Hahn e Lise Meitner no laboratório
A primeira reação em cadeia foi realizada em dezembro de 1942 em um reator de grafite de nome Chicago Pile 1 (CP-1), no contexto do projeto Manhattan com a finalidade de construir a primeira bomba atômica, sob a supervisão de Enrico Fermi na Universidade de Chicago.
Até a próxima postagem , Um Abraço !