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domingo, 30 de outubro de 2011
A corrente humana pediu o fim do uso da energia nuclear no Brasil. (Foto: Bernardo Tabak/G1)
Cerca de 50 pessoas deram as mãos e formaram uma corrente humana para pedir o fim do uso de energia nuclear no Brasil, na manhã deste domingo (27), na orla do Leblon, Zona Sul do Rio. A manifestação foi organizada por três estudantes do ensino médio, que criaram um blog e divulgaram o protesto em redes sociais da internet.
Em um dia de muito sol, os manifestantes, sempre de mãos dadas, caminharam do Leblon em direção ao Arpoador, em Ipanema, enquanto uma das organizadoras do protesto gritava palavras de ordem em um megafone: “Um, dois, três, quatro cinco, mil, não queremos mais usinas nucleares no Brasil”, e “Brasil responsável, energia renovável”.
“A gente é contra a construção de usinas nucleares no Brasil”, enfatizou Hannah Aders, estudante do terceiro ano do Ensino Médio e uma das organizadoras. “Na Alemanha, a corrente chegou a 45 quilômetros de comprimento. Aqui, ainda está pequena, mas temos que dar um primeiro passo”, disse, referindo-se ao protesto que levou milhares de pessoas às ruas de Berlim, uma semana após o acidente em uma usina nuclear no Japão.
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
Enquete
Contras da Energia Nuclear
Como conseqüência da contaminação radioativa, a Associação das Vítimas do Césio - 137 estima que cerca de 60 pessoas já morreram e mais de 6 mil ainda sofrem dos efeitos da contaminação. Na época do acidente, o despreparo governamental em lidar com a situação foi evidenciado pela demora em identificar a causa da contaminação e pela reação improvisada da CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear, que continua como órgão regulador e fiscalizador das atividades nucleares brasileiras.
Desde esse acidente, quase nada mudou no controle das atividades nucleares no Brasil e no preparo do Estado para lidar com as conseqüências de acidentes radioativos. É justamente neste quadro histórico de falta de capacidade de controle e insegurança que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva anuncia a expansão do parque nuclear brasileiro com a construção da usina Angra 3 e novos investimentos no ciclo de enriquecimento de urânio.
Além da questão de segurança, existem diversas razões para não investir bilhões de reais de dinheiro público na aventura nuclear. Conheça a seguir dez motivos para dizer não à Angra 3.
A energia nuclear:
1. É cara e desvia dinheiro de energias limpas. Os recursos gastos na energia nuclear poderiam gerar o dobro de energia se investidos em eólica e quatro vezes mais, se investidos em eficiência energética.
2. É suja. Mais usinas nucleares significam mais lixo radioativo, e ainda não existem depósitos definitivos para os rejeitos de Angra 1 e 2.
3. É perigosa. Chernobyl e o caso do Césio em Goiânia são apenas alguns dos inúmeros acidentes que marcam a história da energia nuclear.
4. Facilita o desenvolvimento de armas nucleares. Os países que têm o domínio do ciclo de urânio podem desenvolver uma bomba atômica.
5. Gera instabilidade geopolítica. A energia nuclear gera uma corrida entre países vizinhos e/ou rivais.
6. Não resolve o problema das mudanças climáticas. O ciclo total da indústria nuclear gera emissões de gases estufa. Além disso, seria necessário construir mais de mil novos reatores em pouco tempo para substituir as fontes fósseis, o que é impraticável.
7. Não gera empregos. Para cada emprego gerado pela indústria nuclear, a indústria eólica gera 32 e a solar, 1426.
8. É ultrapassada. Vários países do mundo, como Alemanha, Espanha e Suécia, vêm abandonando a energia nuclear.
9. É rejeitada pelos brasileiros. Pesquisa do ISER mostra que mais de 82% da população brasileira são contra a construção de novas usinas nucleares.
10. Não é renovável! O relatório Revolução Energética mostra como eliminar a energia nuclear e as térmicas a carvão e óleo da matriz elétrica nacional.