Oi! Este blog foi designado para falar propriamente sobre Energia Nuclear. Sua história, sua importância, e as controvérsias que a cercam. Sejam bem-vindos, fiquem à vontade, e não esqueçam de comentar!

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

História da Energia Nuclear


Energia nuclear é a energia liberada numa reação nuclear, ou seja, em processos de transformação de núcleos atómicos. Alguns isótopos de certos elementos apresentam a capacidade de se transformar em outros isótopos ou elementos através de reações nucleares, emitindo energia durante esse processo. Baseia-se no princípio da equivalência de energia e massa (observado por Albert Einstein), segundo a qual durante reações nucleares ocorre transformação de massa em energia. Foi descoberta por Hahn, Straßmann e Meitner com a observação de uma fissão nuclear depois da irradiação de urânio com nêutrons.
A tecnologia nuclear tem como uma das finalidades gerar eletricidade. Aproveitando-se do calor emitido na reação, para aquecer a água até se tornar vapor, assim movimentando um turbogerador. A reação nuclear pode acontecer controladamente em um reator de usina nuclear ou descontroladamente em uma bomba atómica. Em outras aplicações aproveita-se da radiação ionizante emitida.

História
Ernest Rutherford, o descobridor do núcleo atômico, já sabia que estes poderiam ser modificados através de bombardeamento com partículas rápidas. Com a descoberta do nêutron ficou claro que deveriam existir muitas possibilidades dessas modificações. Enrico Fermi suspeitava que o núcleo ficaria cada vez maior acrescentando nêutrons. Ida Noddack foi a primeira a suspeitar que "durante o bombardeamento de núcleos pesados com nêutrons, esses poderiam quebrar em pedaços grandes, que são isótopos de elementos conhecidos, mas não vizinhos dos originais na tabela periódica"
A fissão nuclear foi descoberta por Otto Hahn e Fritz Straßmann em Berlim-1938 e explicada por Lise Meitner e Otto Frisch (ambos em exílio na Suécia) logo depois, com a observação de uma fissão nuclear depois da irradiação de urânio com nêutrons.
Otto Hahn e Lise Meitner no laboratório
A primeira reação em cadeia foi realizada em dezembro de 1942 em um reator de grafite de nome Chicago Pile 1 (CP-1), no contexto do projeto Manhattan com a finalidade de construir a primeira bomba atômica, sob a supervisão de Enrico Fermi na Universidade de Chicago.


Até a próxima postagem , Um Abraço !

terça-feira, 6 de setembro de 2011

O pior lado dessa história

   Oi!

   Já foi designado o que cada um irá pesquisar, e eu fiquei com acidentes envolvendo energia nuclear e radiação. é um assunto meio triste, não muito agradável, mas estamos aí para apenas informar.

   Já está claro que o uso da energia nuclear é um fato bastante contestado. Mas, como tudo, há suas vantagens e desvantagens. E vou falar agora da pior das desvantagens. Mexer com radioatividade sempre foi algo muito perigoso, e aqui estão as maiores consequências registradas.

   O primeiro acidente que eu vou relatar aqui foi causado por falha humana. Aconteceu em 1946. O físico canadense Louis Slotin, do Projeto Manhattan (cujo objetivo era descobrir e desenvolver armas nucleares para serem usadas) realizou um experimento de risco conhecido como “cutucando o rabo do dragão”, que envolvia dois hemisférios de berílio refletor de nêutrons, mantidos juntos em torno de um núcleo de plutônio levando à sua criticalidade. Os hemisférios foram distanciados por uma chave de fendas, que escorregou e levou a uma reação em cadeia, enchendo a sala com radiação danosa e um flash de luz azul (devido à ionização do ar). Slotin, por reflexo, separou os hemisférios em reação ao flash de luz azul, evitando radiação adicional aos demais trabalhadores presentes na sala. Porém Slotin absorveu uma dose letal de radiação e morreu na semana seguinte.

   Um outro acidente, desta vez por falha no equipamento. Recentemente em Białystok, na Polônia, os dispositivos eletrônicos associados a um acelerador de partículas, usado para o tratamento de câncer, tiveram um mau funcionamento. Isto levou pelo menos um paciente a sofrer sobre-exposição. Embora a falha inicial fosse simples (um diodo semi condutor), ela desencadeou uma série de eventos que levaram a ferimentos por radiação.



   No dia 28 de março de 1979, em Three Mile Island (Pensilvânia), uma falha humana impediu o resfriamento normal de um reator, cujo centro começou a derreter. Os dejetos radioativos provocaram uma enorme contaminação no interior do recinto de confinamento, destruindo 70% do núcleo do reator. Um dia depois do acidente, um grupo de ecologistas mediu a radioatividade em volta da usina. Sua intensidade era oito vezes maior que a letal. Cerca de 140 mil pessoas foram evacuadas das proximidades do local. O acidente foi classificado no nível 5 da escala internacional de eventos nucleares (INES), que vai de 0 a 7.

   Em agosto de 1979, um vazamento de urânio em uma instalação nuclear secreta perto de Erwin (Tennessee) contaminou cerca de mil pessoas.

   Em janeiro/março de 1981, quatro vazamentos radioativos na usina nuclear de Tsuruga, uma cidade na província de Fukui, a 300 quilômetros de Tóquio, deixaram 278 pessoas contaminadas por radiação.

   No dia 26 de abril de 1986, o reator número 4 da usina soviética de Chernobyl, na Ucrânia, explodiu durante um teste de segurança, causando a maior catástrofe nuclear civil da história e deixando mais de 25 mil mortos, segundo estimativas oficiais. O acidente recebeu a classificação de nível máxima, 7. O combustível nuclear queimou durante 10 dias, jogando na atmosfera radionuclídeos de uma intensidade equivalente a mais de 200 bombas atômicas iguais à que caiu em Hiroshima. Três quartos da Europa foram contaminados.  Um simples exemplo das consequências é a cidade de Pripyat (foto), que foi decretada inabitável por 900 anos.
   Este vídeo que eu achei no YouTube explica um pouco mais os danos.
   (AVISO: Algumas imagens são fortes).



   Na Rússia, em abril de 1993, uma explosão na usina de reprocessamento de combustível irradiado em Tomsk-7, cidade secreta da Sibéria Ocidental, provocou a formação de uma nuvem e a projeção de matérias radioativas. O número de vítimas é desconhecido. A cidade, hoje chamada de Seversk, é fechada e só pode ser visitada a convite. Possui diversos reatores nucleares e indústrias químicas para separação, enriquecimento e reprocessamento de urânio e plutônio.

   A usina experimental de reprocessamento de Tokai (nordeste de Tóquio) foi parcialmente paralisada depois de um incêndio e de uma explosão que contaminou 37 pessoas, em um acidente ocorrido no dia 11 de março de 1997.
   A mesma usina voltou a ser palco de um novo acidente nuclear em 30 de setembro de 1999, devido a erro humano, provocando a morte de dois técnicos. Mais de 600 pessoas, funcionários e habitantes dos arredores, foram expostos à radiação e cerca de 320 mil pessoas foram evacuadas. Os dois técnicos haviam provocado uma reação nuclear descontrolada, Ao utilizar uma quantidade de urânio muito superior à prevista durante o processo de fabricação.

   9 de agosto de 2004. Na usina nuclear de Mihama, a 320 quilômetros a oeste de Tóquio, um vapor não radioativo vazou por um encanamento que se rompeu em seguida, ao que parece, por uma grande corrosão, provocando a morte de cinco funcionários por queimaduras.

   Em julho de 2008, durante uma operação de manutenção realizada em um dos reatores da usina nuclear de Tricastin, no sul da França, substâncias radioativas vazaram, contaminando muito levemente uma centena de empregados. Segundo autoridades francesas, as substâncias chegaram a atingir dois rios próximos ao local. Autoridades chegaram a proibir o consumo de água e a prática de pesca e esportes nos rios.

   E nã poderia ser deixado de lado as explosões nos reatores da usina de Fukushima, a 250km ao norte de Tóquio. Uma série de falhas em andamento de equipamentos e lançamentos de materiais radioativos na Central Nuclear de Fukushima I, em consequência dos danos causados pelo terremoto e tsunami que aconteceu em 11 de março de 2011. A central era protegida por um dique projetado para resistir a um maremoto de até 5,7 m de altura, mas cerca de 15 minutos após o terremoto o dique foi atingido por uma onda de 14 metros, que chegou facilmente ao topo do paredão.
   A planta inteira, incluindo o gerador de baixa altitude, foi inundada. Como consequência, os geradores de emergência foram desativados e os reatores começaram a superaquecer devido à deterioração natural do combustível nuclear contido neles, resultando na explosão no dia 12 de março. Os danos causados pela inundação e pelo terremoto impediram a chegada da assistência que deveria ser trazida de outros lugares.

    Bom, então é isso. Um abraço!